Pertencem a uma das maiores ordens de insetos contando com mais de 150 mil espécies classificadas em cerca de 10 mil gêneros, de 188 famílias diferentes, dentre as quais pode-se destacar uma em especial, a Chironomidae. Com larga distribuição mundial podem ser encontrados desde o Himalaia a mais de 4.500 metros de altura, até profundidades de mais de 1.600 metros, são umas das poucas famílias de insetos que conseguem habitar o mar em sua zona bêntica, pode-se afirmar que o único habitat inexplorado por essa família é o mar aberto. Alguns gêneros são muito rústicos e resistentes podendo sobreviver a condições bastante adversas, por isso são importantes bioindicadores, em ambientes muito poluídos por matéria orgânica e com pouco oxigênio dissolvido, as larvas de Chironomidae podem ser os únicos macroorganismos a sobreviver.
Os padrões que intentam imitar uma larva e/ou pupa de Chironomidae, popularmente conhecidos como Buzzers, começaram a se tornar populares por volta dos anos 20, acredita-se que seu sucesso se deu devido a serem moscas fáceis de se atar, poder serem usadas praticamente em qualquer lugar do mundo por conta da infinidade de espécies e porque eclodem o ano todo. Depois de ficarem famosos, aos poucos os padrões de wets se tornaram a preferência dos mosqueiros e a popularidade dos Buzzers diminuiu. Alguns anos depois, por volta da década de 60, com o surgimento de povoamentos e criações comerciais de peixes em águas paradas (lagos e reservatórios) surgiu uma nova onda de interesse nos Buzzers e a partir daí esses padrões se mantiveram populares até os dias de hoje. Os padrões mais modernos recebem acabamento em resina ou verniz o que além de conferir-lhes maior durabilidade, acrescenta beleza ao atado atraindo tanto peixe como pescador.
Suspender Buzzer
Quill Buzzer
Hot Spot Buzzer
Especial de Natal (Xmas Buzzer)
Um dos padrões mais antigos e simples, o Blagdon Buzzer, data da década de 20 (1920s) e existem indícios de que tenha sido o primeiro buzzer. Atribui-se a autoria dessa mosca ao Dr. Howard Alexander Bell. Acredita-se que o padrão tenha surgido em função das observações que o Dr. Bell fazia do conteúdo dos intestinos dos peixes capturados por ele no Lago Blagdon. Desde então, até os dias de hoje, é um padrão eficiente, amplamente usado por diversos mosqueiros. Sendo assim, vamos a seu passo a passo.
Material Básico:
- Anzol Partridge Captain Hamiton Wet Fly #14
- Fio de Atado Ultra Thread 140 Denier Black
- UNI French Oval Tinsel Silver
- Poly Yarn White
Passo a Passo:
1º Coloque um anzol com a farpa amassada na morsa e faça uma base de linha até a metade da curva.
2º Prenda o tinsel e com o fio de atado molde o corpo, que deverá ser delgado, porém apresentar certo volume (cerca de 3 a 4 vezes a espessura da haste).
3º Enrole o tinsel de forma espaçada em direção ao olho do anzol, fie com 2 voltas de fio de atado e corte o excesso.
4º Nesse ponto, prenda um tufo de Poly Yarn tomando cuidado para que fique exatamente sobre a haste.
5º Prenda o Poly Yarn, corte o excesso que estava para frente e como thread faça a cabeça da mosca, mais volumosa.
6º Arremate com o seu nó de acabamento preferido, aplique uma gotícula de cola e corte o excesso do Poly Yarn, cuidando para que não ultrapasse a metade do comprimento da haste. Aplique verniz na cabeça da mosca.
Como trabalhar a isca:
Em se tratando de imitações de larvas e pupas, principalmente em numeração pequena (menores que #16), as estratégias mais comuns de apresentação e pesca são: arremessar rio acima deixando que a mosca desça ao sabor da correnteza deriva morta (dead drift), podendo-se fazer uso ou não de um indicador de fisgada; arremessar a mosca e recuperá-la através de recolhimentos curtos, imprimindo à mosca curtos deslocamentos em "pulsos"; arremessar a mosca e recuperá-la lentamente podendo em algumas situações deixá-la simplesmente parada. As larvas de mosquitos são encontradas com mais frequência em águas calmas/paradas (lagos e poços), normalmente ficam flutuando abaixo da superfície e por vez ou outra se deslocam através violentos movimentos do corpo, para imitar esse movimento a melhor estratégia é dar puxões bem curtos, repetidos a intervalos de tempo mais longos, puxe, conte até 10 e repita esse ciclo variando a velocidade (para mais e pra menos).
Lembre de Não Esquecer:
Apesar de em sua grande maioria os peixes insetívoros apresentarem comportamento alimentar tipicamente oportunista, consumindo o que lhes é apresentado, em algumas situações específicas pode haver seletividade quanto ao tamanho e cor. Nesse cenário, uma pequena variação na numeração do anzol ou na tonalidade da mosca pode ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso de uma pescaria, assim a coleta de alguns indivíduos que habitam o local pode ajudar de sobremaneira na escolha do padrão mais apropriado visando aumentar as chances de fisgadas.
Grande Abraço